O espetáculo
traz à cena o discurso do feminino na relação entre personagens encenados por
uma atriz e por uma diretora. A condição da mulher se retrata não só em
dicotomias presentes no século XIX, mas também se atualizam em nosso século na
medida em que a condição feminina vem sofrendo constantes rupturas,
principalmente a partir da metade do século passado. Sendo assim, discutir tais
questões por meio do teatro torna-se imprescindível.
Além disso, o
trabalho de criação teatral possibilita espaços de aprendizagem desse fazer
artístico compreendido como uma arte prática. A aprendizagem não se dá somente
para quem faz teatro, mas também para quem assiste. Nessa perspectiva a ação do
espectador funciona como uma co-autoria do trabalho que terá como
característica sua incompletude. A montagem desse espetáculo redimensiona o
papel do artista como formador, tendo em vista que sua produção final visa
realizar ações no campo da recepção teatral, sobretudo na formação de
espectadores por meio da apresentação pública do trabalho e de discussão
posterior, não só a respeito da temática em si, mas também sobre o processo de
criação e de montagem da peça, atingindo dessa maneira os mais variados
públicos.